Rainhas de bateria: das 'crias' às celebridades, quem são as 12 mulheres que reinam no Grupo Especial do Rio

  • 25/02/2025
(Foto: Reprodução)
Apresentações não valem ponto, mas estão no centro das atenções da Marquês de Sapucaí. Rainhas de bateria do Grupo Especial Reprodução A rainha de bateria é um dos postos mais cobiçados e vistos dos desfiles das escolas de samba. A performance não conta pontos, mas atrai uma multidão de admiradores e flashes, além de mexer com a energia de comunidades inteiras. As rainhas possuem perfis diversos e geram diversas expectativas do público. Este ano, a lista de rainhas sacudiu o mundo do carnaval nos últimos meses, com o anúncio de uma despedida - a de Paolla Oliveira vivendo seu último ano na Grande Rio - e uma ausência, Lexa, que perdeu a filha no início de fevereiro. Conheça as 12 mulheres que ocupam o posto nas escolas de samba do Grupo Especial (na ordem dos desfiles). Unidos de Padre Miguel – Andressa Marinho Andressa Marinho, rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel Deivid Maldonado/ Divulgação/ Unidos de Padre Miguel Andressa Marinho é um dos principais rostos da Unidos de Padre Miguel no retorno ao Grupo Especial. Ela é cria da comunidade da Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio, onde a escola firmou suas raízes. Aos 22 anos, ela estreia em um dos postos de maior visibilidade da Sapucaí. “Vai ser uma estreia de grande responsabilidade né?! Mas estou caminhando e alinhando tudo para que seja um momento mais que especial e realizador. Esperamos muito por isso então estamos com garra!! Que eu seja inspiração, encanto e vibre muito com a minha escola”, contou Andressa Marinho para o g1. O posto não subiu à cabeça de Andressa. Ela vive na Vila Vintém com os pais, o irmão e o filho de dois anos. Além dos compromissos como professora de dança e coreógrafa, ela se prepara para cursar Educação Física. “Graças a Deus eu tenho uma rede de apoio maravilhosa, que me ajuda, que cuida e fica com o meu filho pra mim e me tranquiliza pela forma q ele é tratado, ele é bem-amado por todos que o rodeiam, e isso facilita”, explicou.. A Unidos de Padre Miguel vai homenagear o primeiro terreiro de candomblé do Brasil. Imperatriz Leopoldinense – Maria Mariá Maria Mariá, rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense na primeira noite de desfiles do carnaval de 2024 do Rio de Janeiro. REUTERS/Ricardo Moraes Maria Mariá, cria do Complexo do Alemão, chega ao terceiro ano como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense mais consciente do seu papel como parte da escola. Ainda assim, o nervosismo ao pisar na Sapucaí nunca passou. “A certeza do meu lugar enquanto rainha, integrante da escola, componente e comunidade aumentaram ainda mais e, com total certeza, vem do lugar de vivenciar a minha escola em diversas camadas. Uma delas é como rainha de bateria. Ao longo desses 3 anos, a certeza, o frio na barriga, a ansiedade, o desejo de vitória, tudo sempre esteve ali”, contou Maria Mariá ao g1. Passista eleita para o posto em 2022, ela desempenha várias funções: é estudante de Comunicação Social da UFRJ – se forma este ano - e faixa preta de taekwondo. Maria atua em diversas iniciativas sociais, dando visibilidade a projetos do Alemão. Um deles é o Legado TKD, que ensina taekwondo para as crianças da comunidade, além de Cidadania, Educação e Cultura. “O Legado surgiu da necessidade de fazer mais por todos que estão ao meu redor, pela favela que eu vivo e marca que quero deixar no mundo. Sempre fui aluna de projetos sociais, de todos os nichos possíveis, do esporte à educação, então, nada mais justo que continuar com essa caminhada”, destacou. A Imperatriz Leopoldinense vai contar a saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô. Unidos do Viradouro – Erika Januza Erika Januza no desfile da Viradouro Alex Ferro/Riotur A atriz Erika Januza segue para o quarto ano de reinado à frente da bateria da Unidos da Viradouro amando o que faz. Mineira de Contagem, tinha como um dos momentos favoritos do ano assistir ao espetáculo de luzes e cores que via na Marquês de Sapucaí. Observando Valéria Valenssa, eterna Globeleza, ela aprendeu a sambar. Quando recebeu o convite da escola, achou que era um trote. Atualmente, ela realiza o sonho de criança sambando e abraçando a comunidade de Niterói que a acolheu. Na comemoração do título da escola no ano passado, foi flagrada no meio da multidão, chorando. Sem camarote ou espaço especial. “Adorei participar da apuração na quadra, porque na Sapucaí a gente não pode gritar, expressar o que a gente acha errado. Mas deu tudo certo, eu quase morri de emoção”, disse Erika na época. A Viradouro vai contar na avenida a história de Malunguinho, líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco, no século XIX. Estação Primeira de Mangueira – Evelyn Bastos Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira. Ricardo Moraes/Reuters Evelyn Bastos tem um dos reinados mais longos da Sapucaí, caminhando para o 12º ano à frente da bateria da Estação Primeira de Mangueira. A versatilidade é uma de suas marcas. Muito além de sambar, ela é a diretora cultural da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa); presidente da Mangueira do Amanhã, escola-mirim na qual ela mesma despontou para o carnaval; dá aulas de samba e é professora de História e Educação Física. Desfilando pela Mangueira, ela já representou as mulheres mangueirenses, foi a Fera Ferida no enredo que homenageou Maria Bethânia; passou como Esperança Garcia, primeira mulher escravizada a virar advogada no país; e também viveu a face mulher de Cristo, sem calçados e sem sambar. A Mangueira vai celebrar a herança bantu no Rio de Janeiro neste carnaval. Unidos da Tijuca – Lexa Lexa é a rainha de bateria da Unidos da Tijuca. Ela não vai desfilar. A filha dela, Sofia, morreu 3 dias depois do parto. A escola não desfiará com ninguém à frente dos ritmistas. O enredo da escola é "Logun-Edé - Santo menino que velho respeita". Beija-Flor – Lorena Raíssa Lorena Raissa, rainha de bateria da Beija-Flor no carnaval do Rio em 2024 REUTERS/Tita Barros Lorena Raissa, aos 18 anos, é a rainha de bateria mais jovem do Grupo Especial. Indo para o terceiro ano de reinado na Beija-Flor de Nilópolis, ela venceu um disputadíssimo concurso feito pela escola. Mas isso não quer dizer que ela não seja uma veterana. Este ano marca seu 12º ano desfilando pela Beija-Flor. “É um momento muito grandioso, que a gente espera o ano todo. E ter a minha família, uma família conhecida pelo carnaval, se torna mais especial ainda. Ainda mais sendo a rainha de bateria mais jovem do Grupo Especial”, destacou Lorena Raissa ao g1. Este ano, o desfile contará com algo especial: a rainha de bateria atravessará a Sapucaí grávida de 4 meses. “A expectativa é a melhor. Espero ter um desfile tranquilo. Sem passar mal. Só passar feliz porque a Beija-Flor está vindo maravilhosa para o público”, disse Lorena. A Azul e Branca de Nilópolis celebrará na avenida o legado do diretor de carnaval Laíla. Salgueiro – Viviane Araújo Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro no carnaval de 2024 REUTERS/Ricardo Moraes No cargo há 17 anos, a atriz Viviane Araújo é a rainha de bateria mais longeva do Grupo Especial. Com uma longa história com o carnaval, desde a década de 1990, já tendo desfilado por várias escolas, seu nome é extremamente ligado ao Salgueiro. Ganhou o apelido de “rainha das rainhas” pela popularidade, samba no pé e tempo de desfile. Realizou o sonho de ser mãe em 2022. Este carnaval, apresentou uma paixão à outra: levou o filho Joaquim ao ensaio técnico do Salgueiro. Ela também é rainha de bateria da Mancha Verde em São Paulo. O Salgueiro apresenta o enredo "Salgueiro de Corpo Fechado" este carnaval, mostrando uma narrativa que propõe um mergulho nos rituais de proteção utilizados por diferentes culturas ao longo do tempo. Vila Isabel – Sabrina Sato Sabrina Sato no desfile das campeãs Thais Espírito Santo/g1 A rotina puxada durante o carnaval não pesa para Sabrina Sato pois é algo que ela sempre sonhou viver, desde a infância em Penápolis, no interior de São Paulo. Ver os desfiles da cidade, além das transmissões de Rio de Janeiro e São Paulo, era um programa que tinha com a avó, Luiza. “Sempre fui apaixonada pelo carnaval, festa do povo, do samba, as fantasias, a bateria que faz o coração acelerar. Hoje vivo um sonho, é emoção demais”, disse Sabrina ao g1. Ela estreou como rainha de bateria da Unidos de Vila Isabel em 2011. Apenas Viviane Araujo está mais tempo no posto do que ela. A apresentadora reinou diante da bateria de forma consecutiva até 2019. Em 2020, ela assumiu o posto de rainha da escola. Sabrina voltou a ser rainha de bateria em 2022. “Desde que fui convidada para ser rainha de bateria da escola, fui acolhida, adotada, senti imediatamente o carinho enorme da comunidade e uma responsabilidade imensa de representar uma das escolas mais tradicionais e com tanta história no carnaval carioca”, contou Sabrina. Além da Vila Isabel, Sabrina é rainha de bateria da Gaviões da Fiel, em São Paulo. A Azul e Branca da Zona Norte do Rio levará para a Sapucaí o enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece". Mocidade – Fabíola de Andrade Fabíola Andrade, rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. Leo Franco/Agnews Fabíola de Andrade entra no segundo ano como rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. No primeiro, foi uma das beldades mais comentadas do carnaval. Natural de Alvorada, no Rio Grande do Sul, cresceu ouvindo as músicas e acompanhando os desfiles das escolas de samba na televisão. O mundo que, inicialmente, era distante, se tornou mais próximo após se casar. O marido de Fabíola é o contraventor Rogério Andrade, patrono da escola. “É a escola onde eu me sinto em casa, com uma comunidade incrível e uma história de luta e superação. A Mocidade sempre esteve muito próxima da comunidade, é uma escola que valoriza suas raízes e trabalha para trazer melhorias para a região onde está inserida”, disse Fabíola ao g1 no ano passado. A Mocidade Independente de Padre Miguel vai levar para a avenida um pedido de conscientização da humanidade pelo seu próprio futuro. Paraíso do Tuiuti – Mayara Lima Mayara Lima desfila pela Tuiuti na Sapucaí REUTERS/Pilar Olivares Rainha por aclamação da própria comunidade, Mayara Lima caminha para o terceiro ano à frente dos ritmistas da bateria Super Som, como é conhecida a bateria da Tuiuti. Ela viralizou com um vídeo em que dançava em sincronia com os músicos. Mayara começou no mundo do samba na Aprendizes do Salgueiro com 10 anos de idade. Lá, chegou a integrar a ala de passistas do Salgueiro, sob o comando de Carlinhos Salgueiro – um dos coreógrafos mais premiados do carnaval carioca. Em 2011, aos 14 anos, passou a frequentar a Paraíso do Tuiuti e entrou também para a ala de passistas da agremiação. Aos poucos, passou a se destacar. Primeiro virou destaque de chão, depois princesa da bateria e, finalmente, rainha. A Paraíso do Tuiuti vai desfilar com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo”. A escola contará a história da primeira mulher trans documentada no Brasil. Grande Rio – Paolla Oliveira Fantasia faz Paolla Oliveira, rainha e bateria da Grande Rio, 'virar onça' na Sapucaí Stephanie Rodrigues / g1 A atriz Paolla Oliveira se despede do cargo de rainha de bateria da Acadêmicos do Grande Rio como uma das mais populares do Grupo Especial. Ela anunciou que deixará este ano o posto na escola para dedicar-se a projetos profissionais. "Eu vou me despedir desse posto", anunciou Paolla. "Mas nunca, jamais, do carnaval, jamais da Grande Rio. O carnaval mora em mim." Ela desfilou como rainha de bateria nos anos de 2009 e 2010. Ela retornou ao posto em 2020. Com ela à frente dos ritmistas da bateria comandada pelo mestre Fafá, a escola conquistou seu primeiro título no Grupo Especial, em 2022 Este ano, a escola levará para a avenida um enredo que celebra as Pororocas Parawaras e as riquezas culturais da região do Pará. Portela – Bianca Monteiro Bianca Monteiro, rainha da bateria da Portela. Stephanie Rodrigues/g1 Bianca Monteiro reúne as raízes da Portela em si. Carioca de Madureira, começou na escola como passista e tem a história da família conectada com a escola de samba da águia. “Ser de Madureira é uma honra. A gente fala que Madureira é muito mais do que um lugar e eu sou apaixonada. Agradeço todos os dias a Deus por ter nascido em Madureira”, disse Bianca à TV Globo há cinco anos. Reina desde 2016 diante dos ritmistas da Tabajara do Samba, como é conhecida a bateria. É fundadora da Oficina de Artes Paulo da Portela, que promove a cultura do samba no berço da Portela, para que nunca se perca. A Azul e Branca de Oswaldo Cruz e Madureira vai levar para a Sapucaí uma grande homenagem à vida e obra de Milton Nascimento.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2025/noticia/2025/02/25/rainhas-de-bateria-das-crias-as-celebridades-quem-sao-as-12-mulheres-que-reinam-no-grupo-especial-do-rio.ghtml


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